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Crítica | Jogos Mortais: Jigsaw

Retorno da franquia faz referência ao primeiro filme e tenta retomar o clima de tensão, deixando de lado o gore explícito


Um banheiro sujo, armadilhas assassinas, escolhas fatais, um serial killer misterioso e um investimento de aproximadamente 1.200.000 dólares nas mãos de um jovem cineasta chamado James Wan. Esses foram os ingredientes básicos daquilo que seria o início de uma lucrativa franquia que agora ganha seu oitavo filme: Jogos Mortais : Jigsaw.

Sete anos após Jogos Mortais: O Final, a Lionsgate traz um novo capítulo para a saga de Jigsaw (Tobin Bell), com um novo jogo em que todas as pistas apontam para o retorno do assassino que todos acreditavam estar morto até então. O modus operandi, as provas periciais e demais pistas apontam para um culpado impossível, e isso é a força motriz da investigação.

Tentando resgatar o espírito de thriller do primeiro e mais aclamado filme da franquia, o oitavo capítulo dessa saga traz uma investigação policial em um molde que já é muito familiar para os fãs, que podem não ser enganados facilmente pelas falsas pistas que a trama apresenta. No entanto, para aqueles que não acompanham ou nunca viram um filme da série, as reviravoltas apresentadas podem impactar de maneira satisfatória o espectador, o que por si só deixa o filme interessante.

Contudo, esse renascimento de Jogos Mortais não expurgou todos os pecados dos filmes anteriores. Temos atores fracos e inexpressivos, coincidências inverossímeis no desenrolar do jogo e na história dos personagens, que mostra vítimas com backstory pouco relacionável, salvo pequenas boas exceções. Além disso, o novo jogo apresentado no longa tem armadilhas pouco interessantes, embora exista uma explicação na trama pra isso; e as cenas de violência e gore são feitas de forma econômica, o que pode ser uma decepção para aqueles que vão ver o filme buscando um banho de vísceras.

Para os fãs de longa data existem várias referências aos filmes anteriores, como a armadilha de urso invertida, a serra que dá nome ao primeiro filme e até mesmo o desfecho final é uma homenagem ao plot twist do primeiro filme, com um cenário similar ao saudoso banheiro e o fim da cena final mostrando o assassino fechando uma porta de correr.

No geral, Jogos Mortais: Jigsaw é melhor que os últimos filmes, mas ainda está longe do primor que foi Saw. O espectador mais saudosista sentirá falta das armadilhas super elaboradas, o aspecto sujo da filmagem e a tensão brutal das escolhas que os personagens precisam fazer e como isso se relaciona ao passado de cada um deles. Além disso, existem soluções pouco críveis para encaixar os eventos deste filme na cronologia da saga, o que pode incomodar os espectadores mais atentos ao histórico da franquia.

Aos novo público, Jigsaw mostra uma versão muito objetiva e pouco refinada da fórmula Jogos Mortais, mas não prejudica o impacto disso para quem não está familiarizado. Acaba sendo um divertimento razoável, que ainda deixa em aberto a possibilidade de futuras continuações Se a série irá viver ou morrer, só a bilheteria dirá.

NOTA: 6

Indicações:

Os fãs de Jogos Mortais provavelmente não ficaram satisfeitos com esse recomeço. Pouco gore, armadilhas pouco inventivas (ALERTA DE SPOILER! SELECIONE O TEXTO PARA VER:) e situações sem tanta tensão podem ser uma forte decepção. Contudo, aqueles que gostam de thrillers mais simples podem achar o filme interessante.

Informações:

Título Original: Jigsaw
Roteiristas: Pete Goldfinger, Josh Stolberg
Diretores: Michael Spierig, Peter Spierig
Duração: 92 min (1h 32min)


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