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Crítica | Goosebumps 2: Halloween Assombrado

Sequência repete boa parte da fórmula narrativa de seu predecessor, mas sem o mesmo brilho cômico


É praticamente impossível não compararmos filmes de uma mesma "saga". A tarefa de uma sequência é quase sempre difícil, uma vez que o público já espera algo pelo menos tão bom quanto o filme anterior, o que acaba gerando uma grande frustração na maioria dos casos. E infelizmente o fardo recai sobre Goosebumps 2: Halloween Assombrado.

Assim como seu predecessor, Goosebumps 2 aproveita a época de halloween para contar uma história infanto-juvenil inspirada nas criações do grande R. L. Stein (inclusive fazendo uma ponta como diretor da escola), que novamente é interpretado pelo sempre espirituoso Jack Black. Como no primeiro filme, Slappy, o boneco com poderes sobrenaturais, decide tocar o terror em uma pequena cidade, mas dessa vez ele recebe outra motivação: ter uma família. Depois de se decepcionar com Kathy (Wendi McLendon-Covey), Sarah (Madison Iseman), Sonny (Jeremy Ray Taylor) e Sam (Caleel Harris), ele usa todo seu mambo jambo para dar vida às fantasias e enfeites espalhados pela cidade, criando um cenário ainda mais catastrófico que o do primeiro filme.

Exceto pela motivação de Slappy e pela solução para salvar a cidade, a trama escrita por Rob Lieber (que também escreve Pedro Coelho) usa o mesmo ritmo e os mesmos elementos do primeiro no que tange à ameaça. Novamente temos jovens impopulares e relações amorosas problemáticas (inclusive entre adultos). O problema é que dessa vez não há bons momentos cômicos como no primeiro. As piadas metalinguísticas, que referenciam a vida e obra de Stein acabam ficando de lado por conta da redução na participação de Jack Black. Além disso, todo o potêncial de Ken Jeong como o excêntrico vizinho Mr. Chu acaba sendo desperdiçado numa tentativa de dar mais espaço para momentos tipicamente infanto-juvenis praticamente retirados de séries televisivas do canal Jetix no começo dos anos 2000.

Ainda assim, todo o elenco desempenha bem seus papeis embora sejam reféns de um roteiro genérico feito apenas para aproveitar a época do ano. Embora não seja um filme totalmente dispensável, é perceptível a falta de inspiração para aproveitar melhor o material base (que tem grande potencial) e criar algo que possa ir além de um simples filme de halloween para adolescentes.

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