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Crítica | Vingança (Revenge)

Produção francesa apresenta trama simples e descompromissada mesmo que clichê e apelativa


Entre as décadas de 60 e 70 um gênero de filmes começou a se popularizar nos Estados Unidos. Eram filmes, geralmente, de terror ou suspense que apelavam para certos detalhes de sua narrativa, como o sexo ou a violência gratuita, mostrando tais elementos da forma mais explícita possível, muitas vezes de forma mórbida e exagerada.

Esse gênero que explorava ao máximo possível elementos apelativos, foi conhecido como Exploitation, ele influenciou muitos cineastas modernos como Robert Rodrigez, Rob Zombie, e um tal de Quentin Tarantino, pouco conhecido do público geral.
Todos esses diretores deixam bem evidente em seu trabalho a influência do Exploitation, assim como no caso do filme "Vingança", lançado em 2017 no exterior, e em 2018 no brasil. A produção francesa dirigida por Coralie Fargeat, bebe diretamente das fontes do gênero, trazendo um resultado muito interessante.

O enredo é muito simples, um trio de homens vai para uma casa de veraneio, no meio do Marrocos, para sua caçada anual, um deles leva também sua amante, a jovem e bonita Jen, que é violentamente estuprada por outro membro do trio. Após ameaçar denunciar o crime para as autoridades, a moça é jogada de um penhasco, numa tentativa desesperada de silencia-la. Ela milagrosamente sobrevive e vai atrás do trio atacando os homens um por um.

Apesar de simples, a história é muito bem executada, quase não há diálogos, principalmente depois do primeiro ato quando os personagens já estão estabelecidos, e a maior parte da história é mostrada de forma visual. As cenas de perseguição conseguem passar muita tensão, a ação é empolgante, a trilha sonora dá um excelente ritmo ao filme, e a fotografia é lindíssima .

O tom do filme é ouro ponto forte, pois apesar de muito tenso, e angustiante em alguns momentos, o longa deixa claro, em vários momentos, que não deve ser levado muito a sério. São algumas as cenas que abraçam o absurdo, seja no sangue e na violência, ou na forma como  a protagonista resiste a ferimentos que teriam matado qualquer ser humano comum.

É importante ressaltar que esse é o tipo de filme que usa e abusa de cenas violentas, e sangrentas, chegando ao ponto em que certos momentos tornam-se engraçados, como em um momento em que um dos homens tenta remover um caco de vidro da sola de seu pé, e a quantidade absurda de sangue somada as expressões do ator tornam o momento em algo morbidamente engraçado. 

No final se houver algo a ser criticado no filme é que sua trama é muito comum, e sua história de vingança é bem genérica, tornando-se bastante previsível em alguns momentos, fazendo assim com que o longa torne-se uma história de vingança descompromissada, que paga tributo aos filmes Exploitation dos anos 70.

Nota: 7

Indicações Relacionadas

Se essa trama pareceu interessante, vale a pena conferir ao filme " A Vingança de Jennifer" de 1978, e seu remake de 2010 " Doce vingança" ambos tem histórias e personagens muito semelhantes       

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