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Crítica | O Passageiro

Liam Neeson e Jaume Collet-Serra repetem a fórmula de 'Sem Escalas' e trazem às telas mais um thriller de ação


Liam Neeson ao telefone, seguindo indicações de uma pessoa misteriosa para tentar salvar a própria família. Não se surpreenda caso essa breve introdução traga à memória filmes como 'Busca Implacável' ou 'Sem Escalas'. Essas características, que já são piada pela internet, parecem agradar o ator de 65 anos; principalmente quando a parceria envolve o diretor Jaume Collet-Serra.

'O Passageiro' é o quarto projeto da dupla e traz, mais uma vez, um mistério a ser solucionado pelo personagem de Neeson, Michael. Dessa vez, o protagonista é um vendedor de seguros de vida. Ele é disciplinado e devoto à família, se esforçando para dar ao filho as condições para estudar em uma boa universidade. Essa relação de Michael com sua mulher Karen (Elizabeth McGovern) e seu filho Danny (Dean-Charles Chapman) é estabelecida na sequência inicial de forma interessante, mostrando diversos momentos da rotina familiar.

Os ares de originalidade do filme começam a se dissipar após essa sequência inicial. Depois de mostrar ao espectador a rotina de Michael e a situação dele no trabalho como vendedor de seguros, aprendemos um pouco sobre o passado do protagonista. Ser um ex-policial que mantém contatos na corporação e começa a perceber o qual corruptível ela é são peças fundamentais para a trama, mas não são peças engenhosas no trem comandado por Collet-Serra.

A missão do herói é encontrar um passageiro em especial. Como recompensa, haverá uma alta remuneração. Obviamente, as coisas não são tão simples e há uma grande conspiração, com várias engrenagens que são reveladas pouco a pouco para o protagonista e para o público. Os passageiros do trem, como parte do maquinário do enredo, cumprem seu papel em movimentar a trama; pressionando Michael a tomar decisões a cada estação. O maior problema do filme acaba sendo como as revelações são feitas. Não por serem desleixadas ou desconexas, mas por serem desinteressantes ou previsíveis.

Correndo contra o relógio, Michael e o próprio filme precisam fazer tudo as pressas. Não há tempo para aproveitar melhor os mistérios e o suspense. Afinal, é um filme de ação para o grande público, então é de se esperar que o foco seja a ação. Nesse aspecto, o filme é competente. Jaume sabe movimentar a câmera para apresentar múltiplas perspectivas em um ambiente claustrofóbico, além de dar emoção aos momentos de brilho de Neeson: a "pancadaria" que só um homem treinado e devidamente motivado pode proporcionar, com boas pitadas de efeitos especiais competentes.

Além das cenas de ação, os diálogos entre Liam e Vera Farmiga, que interpreta a misteriosa Joanna, são de fato emocionantes e passam a devida urgência que as situações necessitam. Há espaço para humor também, e bem executado; mas também prejudicado pela falta de tempo.

Embora não seja o melhor trabalho da dupla, 'O Passageiro' é um filme que entretém e agrada os fãs do que pode-se chamar de "gênero Neeson". Uma viagem em alta velocidade que vai diretamente para um desfecho sem grandes surpresas para os espectadores mais atentos e acostumados com tramas semelhas; mas, ainda assim, uma boa viagem eletrizante.

NOTA: 6

Indicações semelhantes: 'Sem Escalas', 'Desconhecido' e 'Busca Implacável' são boas pedidas para quem gosta dos filmes que já tem a "marca" de Neeson


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