Crítica | Liga da Justiça

Liga Da Justiça - 2017

Novo filme da DC anima e diverte apesar das falhas

Após os eventos de Batman v Superman, o mundo se recupera da perda do Homem de Aço, enquanto Bruce Wayne (Ben Affleck), investiga uma invasão alienígena iminente, e decide montar uma equipe para defender a terra.

Com a ajuda de Diana Prince (Gal Gadot), eles recrutam Flash (Ezra Miller), Ciborgue (Ray Fisher), e Aquaman (Jason Momoa),para salvar o mundo do vilão Lobo da Estepe, um conquistador de mundos que há muito tempo foi derrotado quando tentou invadir a Terra, e agora quer se vingar destruindo o planeta e seus habitantes.

Muita expectativa envolvia esse quinto filme do universo DC. Além de ser a primeira vez em que o maior grupo de heróis da editora vai para o cinema, alguns dos filmes que precederam Liga da Justiça tiveram opiniões negativas por uma boa parte do público e crítica, deixando muitos com expectativas baixas para o filme.

Tais expectativas foram surpreendidas positivamente por uma trama muito divertida, empolgante e principalmente leve. Desde o começo do filme somos apresentados com a ideia de que esse era um mundo sem esperança e heroísmo, e o filme busca resgatar esses conceitos. 

Além disso, somos questionados durante todo o tempo sobre qual o valor da humanidade e sobre o que ela tem que faz valer a pena salvá-la. Questão que nunca é respondida de forma literal durante o filme, mas pode ser compreendida.

Todo esse otimismo vem acompanhado por humor, ou seja, piadas, que funcionam na maioria das vezes, menos quando contadas pelo Batman.

Falando nisso, o Batman é um dos personagens que mais denunciam o maior dos problemas desse filme, tentar apagar demais Batman v Superman. Independente da qualidade do filme, ele faz parte do universo atual da DC nos cinemas, portanto os eventos que aconteceram durante a obra são fatos que não podem ser ignorados pelos outros filmes, que é exatamente o que Liga da Justiça faz, ignora eventos do filme anterior. Além de mais uma vez descaracterizar o Batman, que de um psicopata que marcava criminosos a ferro como gado passou para um cara super engraçado e divertido, que confia em todo mundo e revela sua identidade secreta para quase todos, e sem nenhum senso de estratégia e liderança, apesar de já estar na ativa a 20 anos e claramente já ter trabalhado em equipe antes.

Além de personagens descaracterizados, o filme sofreu regravações de várias cenas, além da mudança de diretores, o que visivelmente interfere em seu tom, que muda perceptivelmente entre o primeiro e segundo atos. Somado ao número de cenas cortadas para diminuir a duração do filme, que se torna um pouco inconsistente e apressado.

Há também uma falta de equilíbrio no tempo de tela dos membros da Liga, pois alguns personagens como o Ciborgue, tem pouco tempo de tela e um arco dramático que começa e não termina. Outros aparecem bem depois na trama, mas ganham uma importância absurda quando surgem. Isso para não falar do vilão, que apesar de interessante e ameaçador, é completamente raso e esquecível.

Mas apesar de todos os problemas o filme tem uma grande característica, ele é divertido, e focado em resgatar a essência dos heróis da DC, e isso ele faz muito bem, tão bem que é possível relevar descaracterizações de personagens e inconsistências no tom e dizer que esse é um bom filme da Liga, sua história é fluida e dinâmica, a diferença de tons no primeiro e segundo ato não chegam a fazer o filme parecer inconsistente, e as piadas e dinâmicas entre os personagens são muito engraçadas e divertidas. Além das cenas de ação, que são empolgantes e criativas.

Os aspectos técnicos também não decepcionam, a fotografia é bonita, e agora as cores são presentes, lindas e vibrantes, a trilha sonora é boa imersiva, apesar de soar um pouco derivativa em certos momentos, e cheia de surpresas, como temas clássicos de alguns dos heróis. E quanto aos efeitos especiais, em sua maioria, são relativamente bem feitos, com excessão do vilão Lobo da Estepe, e a remoção digital do bigode de Henry Cavill.

No fim, esse pode não ser o melhor filme de herói de todos os tempos, talvez nem o melhor de 2017, mas é um bom encerramento para um ano onde nenhum filme de super heróis decepcionou, e ainda é um filme bem decente da Liga,e isso já é ótimo. 

Nota: 7     

Confira nossa crítica em vídeo, com e sem spoilers:

Sem spoilers:

Com spoilers: